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Casos Hmisc: após decisão judicial, bebê passa por cirugia para facilitar alimentação

Procedimento aconteceu após liminar concedida pela Vara da Infância e Juventude
Casos Hmisc: após decisão judicial, bebê passa por cirugia para facilitar alimentação
Foto: Thiago Hockmüller/Arquivo Engeplus
Por Thiago Hockmüller Em 07/12/2023 às 18:11

Foi por meio de uma liminar concedida pelo juízo da Vara da Infância e Juventude de Criciúma que Dominic Nunes, de 1 ano de idade, passou por procedimento cirúrgico para colocação de uma sonda no estômago. Ele é um dos pacientes que tiveram sequelas durante tratamento no Hospital Materno Infantil Santa Catarina (Hmisc).

A liminar para que a gastrostomia fosse realizada foi obtida em processo judicial movido pela advogada Milene Lacerda. A mãe de Dominic, Jéssica Bruna Nunes Inez, comemora o resultado do processo cirúrgico, realizado nesta quinta-feira, dia 7. “Foi tudo bem, ocorreu tudo certo. Vai melhorar bastante coisa, é praticamente 100% do caminho andado para facilitar a alimentação dele”, afirma em entrevista ao Portal Engeplus.

Dominic foi internado no hospital quando tinha 9 meses, sob o diagnóstico de bronquiolite em estágio inicial. A entrada da internação aconteceu às 14 horas de um sábado, mas no domingo, a mãe relata que a criança estava praticamente sem vida. Durante a internação, ele teve duas paradas cardíacas e deixou o hospital com sequelas. A mãe culpa o Hmisc de negligência e busca justiça para que a instituição, administrada pelo Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde (Ideas), arque com o custo dos tratamentos. O Ideas é a empresa contratada pelo Governo do Estado para administrar o hospital. 

Hoje, com 1 ano, Dominic precisa de sonda para se alimentar e o diagnóstico ortopédico indica pouca possibilidade de que ele retorne a andar. E somente agora ele tem reagido aos estímulos feitos pela mãe. Apesar da vitória conquistada com o procedimento cirúrgico, a luta terá prosseguimento na esfera judicial.

“Fizemos o processo por partes, priorizando o que era urgente. Ele estava com muita infecção por causa da sonda e ia e voltava do hospital com problema. Então mais urgente era isso. A liminar foi rápida e agora daremos sequência com a tramitação das próximas etapas”, explica a advogada.

O escritório de Milene ainda possui outras quatro clientes ligadas aos casos envolvendo o Hmisc, sendo três de crianças mortas e uma com sequela. “Tivemos bastante procura e estamos avaliando os casos”, afirma Milene.

Entenda

O aumento da procura pelo escritório da advogada Milene Lacerda se deu em razão dos protestos realizados em frente ao Hmisc para cobrar respostas da instituição sobre bebês que morreram enquanto estavam internados no hospital ou que ficaram com sequelas. O primeiro protesto aconteceu em setembro com participação do Conselho Municipal de Saúde de Criciúma. Depois, em outubro, uma nova movimentação foi realizada, mas desta vez com exposição de cartazes e com participação de familiares.

Julio Zavadil, presidente do conselho, pede intervenção do Ministério Público (MP) e cobra respostas do Ideas. Ele afirma que algumas das notificações já possuem, inclusive, boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil e que o número de denúncias contra o hospital seria maior, porém, há famílias com medo de exposição.

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