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Brasil é segundo país com maior nível de estresse do mundo

Psicóloga esclarece principais dúvidas e tratamento para a patologia
Brasil é segundo país com maior nível de estresse do mundo
Foto: Divulgação
Por Bárbara Barbosa Em 24/09/2018 às 11:30

A população brasileira está entre em uma das mais estressadas do mundo. Isso é o que aponta um levantamento do International Stress Management Association. Segundo a entidade, o Brasil é o segundo país do mundo com o maior nível de estresse. Esse é apenas um dos dados que alerta sobre a importância de debater o assunto. Justamente por isso, neste domingo, dia 23, foi celebrado mundialmente o Dia de Combate ao Estresse.

De cada dez trabalhadores brasileiros, pelo menos três sofrem da chamada síndrome de Burnout, que seria o esgotamento mental intenso, causado por pressões no ambiente profissiona. De acordo com a pesquisa, os mais afetados são os profissionais que lidam diretamente com o público, como médicos, professores e enfermeiros. “A síndrome do Burnout é o último nível de estresse. Ele se caracteriza por esgotamento mental intenso, principalmente por pressões no ambiente de trabalho”, destaca a psicóloga Carina Mengue.

Detectando o stress

A psicóloga esclarece que o organismo humano está naturalmente preparado para lidar com o estresse. A habilidade surge da busca por sobreviver à seleção natural, como em caso de fuga de um perigo real. A doença, no entanto, se forma quando o estresse é contínuo. “Nesse caso, o sistema de defesa é acionado sempre e desgasta o organismo. O estresse contínuo e intenso pode causar aumento da pressão e problemas cardíacos”, afirma. Segundo ela, os sintomas não se limitam ao campo mental e atingem também a parte física. “O estresse está ligado ao aumento dos níveis de cortisol na corrente sanguínea e este aumento além de afetar a mente pode levar às doenças físicas como alergias e tensão muscular, por exemplo”, destaca Carina.

A diferença de stress e cansaço

De acordo com Carina, por falta de informação, o conceito de stress acabou banalizado. “As pessoas não veem o estresse como uma doença. Ele se tornou banalizado por ser associado aos aborrecimentos do cotidiano. Geralmente elas querem dizer que estão cansadas, que dormiram mal, que faltou dinheiro para pagar as contas ou que estão com uma série de problemas. Além disso, muitas vezes é tolerado porque existe um estigma de que o estresse pode significar fraqueza”, pontua.

Tratamento

O tratamento para o estresse se concentra em três abordagens, conforme a psicóloga. “A primeira seria administrar os estressores. Nesta fase identificamos os estressores que mais pesam sobre o paciente. Para que a abordagem seja eficaz, é necessário aprender a dizer não, negociar e priorizar a saúde, pois se não descansarmos direito, nossas capacidades serão afetadas”, pondera ela.

Após a detecção dos agentes estressores, ela conta que é importante aumentar a resistência a eles. “Dormir bem, cuidar da saúde, alimentar-se de forma saudável, fazer atividades físicas, permitir-se ter momentos de prazer e relaxamento e evitar estimulantes e substâncias tóxicas são os principais pontos para fortalecer a resistência aos estressores”, enumera.
E por último, ela destaca que é essencial mudar a forma como o indivíduo enfrenta o agente estressor. “Isso ocorre quando não se pode mudar o estressor ou eliminá-lo. Assim, é necessário que o paciente se adapte a eles. Por exemplo, em caso de estressores externos, se o problema for o trânsito, tente rotas alternativas, saia mais cedo ou tente relaxar com uma música”, completa. 

Alguns fatores que podem ajudar a evitar o estresse são:

 

Alimentar-se de forma balanceada;

Praticar atividades físicas;

Mudar a maneira que nos posicionamos no dia a dia (uma postura melhor);

Procurar rir mais;

Fazer sexo;

Dormir melhor;

Respirar direito;

Auto incentivar-se;

Usar menos o celular;

Aprender novas maneiras de aproveitar seu tempo;

Cuidar de si mesmo;

Mudar algumas formas de pensar;

Falar sobre suas necessidades e preocupações;

Pedir ajuda.

Confira a entrevista na íntegra: