Forquilhinha/SC - 26 de abril (Parte 11)

O ENGENHO DO ALÉSSIO

Devido à crescente produção de arroz em Forquilhinha e em toda região circunvizinha, em 1962, Antônio Aléssio inaugurou grande e moderna indústria de beneficiamento de arroz, próxima ao centro da comunidade. Após décadas de bom funcionamento, sendo no período a principal indústria do Distrito, as instalações foram vendidas e no local hoje funciona e opera parte da indústria da Seara Alimentos do Grupo JBS.  

FRISULCA, O SONHO DE MUITOS REALIZADO

Em 1962, no decorrer dos festejos do Cinquentenário de Forquilhinha, o Prefeito de Criciúma Neri Jesuíno da Rosa foi de fundamental importância na pesquisa e organização de grupo de interessados em construir em Forquilhinha de um grande abatedouro e que veria a se tornar realidade nos anos logo subsequentes.  

Em 15 de Junho de 1963, após convocação local e regional, foi realizada em Forquilhinha, assembleia geral para fundar uma Sociedade Anônima com finalidade de construir um frigorífico para abate de suínos e bovinos. Com a denominação de FRISULCA Frigorífico Sul Catarinense S.A. na oportunidade foi eleita diretoria para dar continuidade no pretendido empreendimento, ficando eleito Fidélis Back como Presidente, Bertoldo Arns Diretor Comercial e Inocêncio Warmling Diretor Técnico.

Na Junta Comercial do Estado, sob o registro número 29.055, constam as participações e assinaturas dos membros do Conselho Fiscal eleitos: Fidélis Barato, Oberon Strazulas, Ayrton Brandão, Arlindo Junkes, Felix Albano Michels e Damásio Reis, e, Conselho Consultivo formado por D. Anselmo Pietrulla, Sebastião Neto Campos, Dionísio Nuernberg, Leonardo Steiner e Adolfo Arns.

Desde a sua fundação em 02 de Dezembro de 1966, o Frisulca e empresas sucedâneas, foi e é o principal frigorífico do sul e um dos principais do Estado de Santa Catarina.

Em 1970 o Frisulca foi adquirido pelas Empresas Maximiliano Gaidzinski, passando a ser denominada de Avícola Eliane, com abate de aves e suínos. Em 1980 a Avícola Eliane passou a ser chamada de Agroeliane, com criação no sistema integrado de produtores, e, abate de aves.

Em 1995 a Agroeliane foi adquirida pela Seara Alimentos.

Em 2005 a Seara Alimentos foi adquirida pela Cargill.

Em 2009 a Cargill foi adquirida pela Marfrig Group.

Em 10 de Junho de 2013, a Marfrig Group vende a operação da Seara Brasil para a JBS Foods. A marca Seara em 2022 continua a ser utilizada pela JBS como fator mercadológico e comercial.

INUNDAÇÕES, FLAGELO ROTINEIRO

Em 24 de Março de 1974, ocorreu o pico da maior enchente em todos os tempos no sul catarinense. A cidade de Tubarão foi a mais atingida, resultando uma tragédia com perdas de duas centenas de vidas e enorme prejuízo patrimonial público e privado. Municípios como Orleans, Criciúma, Forquilhinha, Araranguá e demais circunvizinhos, sofreram enormes perdas. 

Os rios Tubarão, Urussanga e Araranguá, abastecidos por dezenas de afluentes rios e riachos, formam duas imensas bacias hidrográficas. Desde o início da colonização dessas áreas, enchentes foram comuns e frequentes, como foram registradas nos anos 1918, 1929, 1974 e 2005 e mais, foram se repetindo periodicamente. Criciúma, em grande parte resolveu a diminuição das proporções das enchentes, canalizando o próprio Rio Criciúma e seus afluentes, recolhendo os excessos das águas em inúmeros canais até o desague no Rio Sangão.

Forquilhinha, Nova Veneza e cidades até a foz do Rio Araranguá, tiveram resolvidas com eficiência as constantes enchentes, após a construção da barragem em Siderópolis, nascente do Rio São Bento.

Em 24 de Junho de 2006 foi inaugurada a Barragem Egídio Amboni, que além de garantir água para agricultura e pecuária, e, aproximadamente 800 mil consumidores, passou a controlar através de suas comportas o volume do desague da barragem, praticamente eliminando os riscos das enchentes.

AERODROMO NO DISTRITO DE FORQUILHINHA

Em 17 de Dezembro de 1979, no governo municipal do Arquiteto Altair Guidi, foi inaugurado no Distrito de Forquilhinha, o Aeroporto Diomício Freitas, em homenagem ao empresário que construiu as empresas cerâmicas do Grupo Cecrisa. O projeto de responsabilidade do Arquiteto Curitibano Manoel Coelho, em 1980 durante os festejos do Centenário do Aniversário de Fundação de Criciúma, recepcionou no aeroporto Diomício Freitas, o Presidente da República General João Figueiredo. No auge do funcionamento do aeroporto, a cidade teve até três voos diários para o centro do País.

A partir da Emancipação Político Administrativa de Forquilhinha de Criciúma em 1989, as áreas do Aeroporto Regional Diomício Freitas ficou pertencente ao novo município de Forquilhinha. Por décadas o aeródromo foi administrado pela Infraero, com apoio do Governo do Estado de Santa Catarina.

Em 2020, após licitação pública anterior, administra o Aeroporto Diomício Freitas a empresa INFRACEA – Controle do Espaço Aéreo, Aeroportos e Capacitação.

Fotos/Reproduções:

11. Frisulca e Engenho do Aléssio, no meio, Oficina e Casa França Hobold, Anos 60

11.1. Trabalhadores Construtores do Frisulca

11.2. Enchente Ano 1929.

11.3. Enchente Anos 60

11.4. Enchente Anos 60 Avenida 25 de Julho.

11.5. Enchente Ano 1961

11.6. Enchente Praça Nereu Ramos centro de Criciúma.

11.7. Enchente em Tubarão 1974.

11.8. Enchente Ano 1995.

11.9. Barragem Egídio Amboni – Rio São Bento – Siderópolis.

11.10. Aeroporto Diomício Freitas de Forquilhinha.

11.11. Barragem Egídio Amboni inaugurada em 21/06/2006.

11.12. Pista Aeroporto Diomício Freitas.

11.13. Centro Administrativo JBS Seara, em Forquilhinha.

Do autor:

26 de Abril (Parte 11) - Em pequenos “capítulos”, pesquisados em obras publicadas pelo Prof. Adolfo Back e inúmeras Famílias residentes, conhecimento pessoal, bem como em arquivos oficiais e públicos, resumo da trajetória histórica da comunidade de Forquilhinha.

Escusas pelos eventuais equívocos e/ou lapsos históricos.