Recolhimento de cães comunitários motiva protesto de protetores de animais em Criciúma

O recolhimento de cães comunitários na área central de Criciúma motivou um protesto realizado por protetores de animais na manhã deste sábado, dia 20, na Praça Nereu Ramos. A ação, que aconteceu entre as 9 horas e meio-dia, reuniu tanto protetores independentes quanto Organizações Não Governamentais (ONGs) focadas na proteção dos animais.

A organizadora da ação foi a presidente da Comissão de Defesa dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Rosane Machado de Andrade. E, conforme ela, o protesto aconteceu por conta do recolhimento de quatro cães de grande porte que viviam na área central da cidade pelo Núcleo de Bem-Estar Animal (NBEA).

Recolhimento de quatro cães comunitários motivou o protesto deste sábado. (Fotos: Patrick Stüpp/Portal Engeplus)

“O recolhimento aconteceu porque esses cães foram para a Praça do Congresso e as pessoas começaram a reclamar. Devido às reclamações, o Núcleo de Bem-Estar Animal veio e recolheu eles. Os cães eram bem tratados pela gente, mas quando chegou no núcleo percebi que eles estavam vivendo em situações precárias quando fui visitá-los. Eu tentei comprovar que os animais eram cães comunitários e que recebiam cuidados, mas não consegui retirá-los mesmo assim”, destacou.

Desse forma, com a situação, os protetores se reuniram na praça nesta manhã para mostrar a importância dos cuidados com os animais em geral, além de esclarecerem a lei do cão comunitário, sancionada em Criciúma em 2018 pelo prefeito Clésio Salvaro. Segundo Rosane, os cachorros comunitário são os cães de carácter transitório, ou seja, que recebem cuidados tanto de moradores quanto de lojistas que vivem em determinada comunidade.

Protetores independentes e ONGs de proteção animal participaram da manifestação. (Foto: Patrick Stüpp/Portal Engeplus)

“Precisamos do apoio de todos nessa causa, porque como tem pessoas que gostam tem pessoas que não gostam de cachorros, e temos que ter respeito por todos. Sendo assim, queremos proporcionar a conscientização e deixar nossos animais comunitários bem cuidados para conseguirem um lar. Os animais são seres vivos e maus-tratos contra eles é crime, que podem levar entre 2 e 5 anos da prisão mais pagamento de multa. Basicamente, eles estão na rua não porque querem e, sim, porque diversas pessoas não cuidam”, enfatizou a presidente.

Conforme a Lei Estadual n. 12.854/03, acrescida pela Lei Estadual n. 18.058/21, é assegurado o fornecimento de alimentação e hidratação aos animais que estão na rua por qualquer cidadão ou servidor público, inclusive nos logradouros públicos. Já a Lei Municipal n. 7.367/18 “prevê que os animais errantes e comunitários serão encaminhados para adoção ou abrigo provisório, bem como, em casos excedentes, serão devolvidos aos locais de origem, contando com o auxílio da comunidade no monitoramento e na manutenção destes animais”.

Solidariedade com os animais

Uma das protetoras independentes que participaram da ação foi Maria Claudete Clemes. Por conta do seu olhar solidário com os animais de rua, ela chegou a ter cerca de 120 cachorros em sua residência para cuidar. O olhar solidário pela situação dos cachorros de rua iniciou desde a sua infância.

“Como protetora, eu mantenho o maior cuidado com os cachorros que eu acolho. Então, comprei um sítio em Nova Veneza para colocá-los e, atualmente, estou com cerca de 70 cães na localidade. Eu moro no bairro Pinheirinho, mas visito toda semana o sítio para manter os cuidados e ver como os animais estão. Vendo como esses animais vivem precisamos nos unir, mostrar a situação e conseguir o maior número de pessoas para nos ajudar”, enfatizou a protetora.

Além da manifestação deste sábado, o grupo de protetores também planeja mais ações ao longo do ano. As datas, os locais e horários ainda serão programados.

A reportagem do Portal Engeplus entrou em contato com o coordenador do Núcleo de Bem-Estar Animais, Christophe de Lima. Mas, ele afirmou que falaria sobre o assunto apenas na próxima semana.

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