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Criciúma: bebês retornam para casa com hematomas após agressões em creche; pais se revoltam

Ao menos dois bebês foram entregues com diversos hematomas em Criciúma
Criciúma: bebês retornam para casa com hematomas após agressões em creche; pais se revoltam
Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal
Por Rafaela Custódio Em 21/04/2024 às 13:23

Pais de bebês que frequentam o Centro de Educação Infantil (CEI) da Associação Feminina de Assistência Social de Criciúma (Afasc) Lino Pizzetti, no bairro Próspera, em Criciúma, estão preocupados, já que, nos últimos dias, dois meninos voltaram para casa com hematomas no corpo. 

Os pais de Augusto Faraco Severo, 1 ano e 2 meses, João Vitor Severo Santos e Marina Silva Faraco, foram chamados na instituição na última quinta-feira, dia 18, e foram informados que o bebê havia sido mordido por volta das 12h45. “Porém, só recebemos a ligação às 14 horas pedindo para irmos até a escola porque ele havia recebido algumas mordidas. Ele frequenta a instituição desde o dia 7 de fevereiro deste ano e já foi mordido anteriormente no braço”, comentam os pais. 

Eles pretendem trocar Augusto de instituição. “Pretendemos transferir ele para outra. Estamos tomando todas as medidas cabíveis para haver justiça. Já fizemos o boletim de ocorrência e o exame de corpo delito. Estamos aguardando os resultados para ir adiante nesta questão”, destacam. 

O bebê está bem e se recuperando dos machucados. “Levamos ele na pediatra que nos acompanha desde os primeiros meses para avaliá-lo. No primeiro momento, ficamos extremamente revoltados com tamanha negligência, pois desde a ligação que recebemos, o trauma foi muito intenso”, frisam. “Agora com ele em casa e se recuperando bem, já estamos mais calmos, mas inconformados com toda essa situação e com a falta de informação concreta sobre como tudo aconteceu realmente, quem estava na sala e se é que existia alguém na sala no momento vigiando nossos bebês. Queremos justiça, queremos respostas e queremos que a instituição tome atitudes para que isso não se repita com outras famílias”, acrescentam. 

Outro caso no mesmo CEI 

No mesmo CEI existem outras reclamações. A família de um bebê de um ano e dois meses, que preferiu não se identificar, também teve problemas na instituição. “Meu filho começou a frequentar em fevereiro deste ano. Há um mês, ele recebeu uma mordida no pescoço e um arranhão perto do olho. Nos informaram que foram trocar a fralda de outra criança e quando ouviram ele chorando já tinha acontecido. Foi com ele e mais outra criança no mesmo dia”, revela a mãe. 

Ela prefere não se identificar, pois ainda não sabe se conseguirá outra instituição para deixar seu filho. “Estamos pensando em tirar, mas como trabalhamos e não temos com quem deixar, não sabemos ainda o que fazer”, conta. “Meu filho está bem. Depois disso não ocorreu mais nada com ele, até onde sabemos”, completa. 

A mãe relata que ficou assustada quando viu seu filho machucado. “Quando vi o meu filho com o arranhão e a mordida no pescoço, fiquei apavorada, não queria mais deixá-lo ir ou trocar de escolinha, porém muitas pessoas falaram que é normal, pois são crianças. Mas depois do último ocorrido, não sabemos nem o que fazer, pois foi muita negligência, não tem como um bebê fazer isso com outro em coisa de minutos”, avalia. 

Falta de efetivo 

A mãe ainda questiona sobre o efetivo do CEI e a colocação de crianças maiores com os bebês. “Na turma do meu filho de um ano e dois meses têm crianças de dois anos, ou seja, são maiores. Acreditamos que crianças um pouco maiores deveriam ser de turmas diferentes”, observa. “Não há estagiárias na turma do meu filho. É necessário tomar alguma atitude urgente antes que aconteça uma tragédia”, pontua. 

A reportagem do Portal Engeplus entrou em contato com o Departamento de Educação Infantil (DEI) da Associação Feminina de Assistência Social de Criciúma (Afasc), porém as ligações não foram atendidas. A Assessoria de Comunicação da Afasc informou que a instituição deve se pronunciar por nota, que até o momento não foi encaminhada. 

A foto utilizada do bebê Augusto Faraco Severo, na reportagem do Portal Engeplus, foi autorizada expressamente pelos pais João Vitor Severo Santos e Marina Silva Faraco. 

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