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Bairro Ana Maria: conheça a história, moradores, demandas e o futuro da comunidade

Portal Engeplus conversou com moradores e visitou a localidade
Bairro Ana Maria: conheça a história, moradores, demandas e o futuro da comunidade
Foto: Rafaela Custódio / Portal Engeplus
Por Rafaela Custódio Em 20/01/2021 às 10:29

A cidade de Criciúma possui mais de 215 mil habitantes espalhados por diversas localidades. São moradores que estão diariamente conectados a um bairro e se identificam com pessoas de uma determinada comunidade. O Portal Engeplus inicia nesta quarta-feira, dia 20, uma série de reportagens contando a história dos bairros da Capital do Carvão. 

O primeiro visitado foi o Ana Maria. Com cerca de 4 mil moradores, a localidade existe há mais de cinco décadas. Cercada de loteamentos, como Vida Nova e Girassol, o bairro foi se desenvolvendo ao longo dos últimos anos através de moradores que chegaram ao local e foram ajudando a construir a comunidade. 


Legenda: Centro comunitário antes da reforma 

O bairro possui uma Unidade Básica de Saúde (UBS), o Centro de Educação Infantil Municipal Mário Pizzetti, Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Dionízio Milioli, farmácias e mercados. Mas ainda há reformas no centro comunitário, que deve ser entregue aos moradores nos próximos meses. Além disso, a localidade ganhará uma quadra esportiva coberta, pista de caminhada, academia ao ar livre e parque para as crianças. A nova obra custará R$ 500 mil com verba destinada do Governo Federal por meio de emenda parlamentar. Confira ao lado a imagem do projeto da quadra esportiva. 

“O centro comunitário é um local referência para os moradores, pois aqui acontecem reuniões, festas, aula de zumba, encontros. Há anos a população aguarda por uma reforma, então, em breve, teremos toda a infraestrutura renovada com a troca de telhados, reforma em banheiro, por exemplo”, contou o presidente da Associação de Moradores, Juarez de Jesus, que na última eleição se elegeu vereador em Criciúma. 

Segundo o presidente da Associação de Moradores, recentemente, oito ruas receberam pavimentação na localidade. “Agora, todas as ruas do Ana Maria estão asfaltadas. Foi uma conquista muito grande para nós, pois brigamos há muito tempo pela capa asfáltica aqui no Ana Maria”, comenta. 

Mas, afinal, por que o bairro se chama Ana Maria? Os moradores explicam

Marilesia da Silveira mora no bairro há mais de 40 anos. Seu pai, Pedro Militão Paim, também foi morador da localidade e foi ele que começou a desbravar a comunidade. “Quando meu pai chegou no bairro era só mato, não existiam ruas. Existia um trilho para passar. Ele trabalhou com o doutor Camilo, que comercializava os lotes, e o nome do bairro se deu em virtude de uma de suas filhas, que se chamava Ana Maria”, lembra. 

A moradora ama seu bairro e não se vê longe da localidade. “É amor sem limites. Defendo minha comunidade e amo as pessoas que moram, construíram e lutaram por um bairro melhor. Não foi só meu pai. Muitas famílias brigaram para conquistar pavimentação, escola, UBS, enfim, um lugar melhor”, destaca. 


Legenda: Pedro Militão Paim/pai de Marilesia

VivianeMárcia Miguel mora há 48 anos no bairro Ana Maria. Sua família foi a quinta a chegar na localidade e ela recorda todas as conquistas da comunidade. “Meu pai, Antônio Miguel, possuía um mapa de ruas que ele mesmo desenhou. Ele trabalhava na mina de carvão e não existiam ruas, então ele tinha um caderno com as ruas desenhadas e utilizava as máquinas para abrir novas vias”, conta. “Cresci na comunidade e junto de muitas pessoas fomos buscar as demandas do bairro como a construção de uma capela, pavimentação e centro comunitário”, acrescenta. 

“Vivemos em um bairro bom. Muitas pessoas lutaram para que conquistássemos nossos objetivos e ver que o local que cresci está crescendo a cada dia me deixa muito feliz”, comenta Viviane. 


Legenda: Antônio Miguel, pai de Viviane

Muito mais do que um morador, um dos fundadores do Ana Maria 

Arnaldo Marques mora há mais de 50 anos no bairro. Sua família foi a segunda a chegar no Ana Maria e, com ele, muitas conquistas vieram. “Fui o primeiro motorista do caminhão de lixo. Trouxe patrola para ajudar na infraestrutura da localidade. Trabalhei durante 38 anos na Prefeitura de Criciúma e ajudei muito a comunidade”, observa. “Não tínhamos ruas e tudo eram plantações de milhos e melancias, por exemplo. Aos poucos, fomos mudando o bairro”, completa. 

Viviane relata que na rua Telésforo Machado, onde mora Arnaldo, foram realizadas diversas festas juninas, confraternizações e novenas para arrecadar dinheiro e ajudar as demandas do bairro. “Construímos a capela com dinheiro arrecadado com nossas ações entre a comunidade”, relembra. 

Por serem moradores mais antigos na localidade, Viviane conta que ainda possui um poço artesiano em sua residência. “Hoje, ainda utilizo a água do poço. Lembro que construímos vários poços em diversas casas e algumas utilizam ainda”, descreve. 

Cinco décadas morando no bairro Ana Maria 

Marlene Pizzeti é moradora da localidade há 50 anos. Ela é aposentada e trabalhou por quase 30 anos na escola Dionízio Milioli como professora e diretora. “Meu pai foi Mário Pizzetti, um dos fundadores também da localidade. Atualmente, o Centro de Educação Infantil do bairro leva seu nome, ou seja, uma homenagem a ele que doou o terreno para a construção do local”, cita. “Meus pais acompanharam a mudança de Cresciúma para Criciúma. Tenho muito orgulho da minha família e de tudo que ajudamos a construir”, acrescenta. 


Legenda: Centro de Educação Infantil Municipal Mário Pizzetti

Adair Spillere mora há 43 anos no bairro Ana Maria e também se orgulha da localidade. “Organizei os primeiros times de futebol. Fizemos mutirões para construir o centro comunitário e a igreja. Hoje, somos bem assistidos aqui. Na minha visão, não falta nada para o bairro. Mas tudo isso foi esforço da comunidade que sempre foi unida e buscou com muita força seus objetivos”, observa. 

Demandas 

Cada morador que a reportagem conversou citou uma demanda, confira abaixo: 

Marilesia da Silveira: “A saúde precisa melhorar. Acho que precisamos de mais profissionais. Outro ponto é a segurança pública”. 

Marlene Pizzeti: “Após a construção da Via Rápida começamos a sofrer com acessibilidade ao bairro. Precisamos rever a mobilidade urbana”. 

Viviane Márcia Miguel: “Meu desejo é termos uma área social no bairro. O projeto está saindo do papel, mas é um desejo antigo”. 

Projeto Show de Bola

O Instituto Show de Bola iniciou há mais de 12 anos com Juarez de Jesus. O projeto busca incentivar as crianças a ter um futuro melhor por meio do esporte. Ele observa que por meio do esporte, as crianças melhoram em diversos aspectos, como saúde, autoestima e relações de integração, além de ajudar na prevenção às drogas e violência.


Legenda: Primeiro dia do Projeto Show de Bola 

Há 29 anos com comércio na localidade 

Assunta Maria Comin possui um mercado há 29 anos no bairro. Ela criou ao lado do marido Vanoir Comin sua família e mora na localidade há quase três décadas. “Presenciei a primeira rua ser asfaltada. Moro e trabalho aqui no bairro Ana Maria. Sou muito feliz aqui na localidade e gosto de viver aqui. Empreendi na localidade e não me arrependo”, ressalta. 

Do bairro Ana Maria para o mundo  

Criciúma participou da Asia International Mathematical Olympiad (Aimo), a Olimpíada Internacional de Matemática da Ásia. A cidade carbonífera foi destaque em Santa Catarina com a melhor unidade escolar colocada na fase estadual, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Dionízio Milioli, e o único município catarinense que participou da Aimo. A edição foi realizada em julho de 2019, na cidade de Taipé, em Taiwan. Foram nove alunos de Criciúma. 

Em 2017, a escola completou 30 anos de história em Criciúma e o Portal Engeplus contou a trajetória da instituição de ensino (clique aqui e confira). Confira abaixo fotos da localidade:

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