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Um criciumense e um sonho distante no futebol

Ricardo Medeiros, de Criciúma, briga pelo acesso à elite no distante país asiático
Um criciumense e um sonho distante no futebol
Foto: Divulgação
Por Denis Luciano Em 05/01/2018 às 07:30

Um criciumense vai brigar por vaga na Primeira Divisão de 2019 do Timor Leste. Este é o desafio que inicia hoje para Ricardo Medeiros, que deixou Criciúma em 2016, com a esposa e os filhos, para uma missão no longínquo país do sudeste asiático. A ex-colônia portuguesa, resultado de uma longa guerra civil, começou a ser reconstruída do zero.

“Mais do que montar um time ou formar jogadores, queremos ajudar na organização do clube e do futebol aqui do Timor”, conta Ricardo, que no ano passado desenvolvia um projeto social em Aileu, interior do Timor, e agora está em Dili, a capital do país, e foi contratado em dezembro pelo presidente Artur da Luz Costa (foto acima) para comandar o FC Nagadjo, que por pouco não conquistou o acesso à elite do futebol timorense em 2017. Subiram dois times e a equipe ficou entre as quatro da Segundona.

“Estamos ajudando também em uma postura mais profissional aqui, dos atletas, dos clubes. É um caminho árduo que vamos percorrer, mas estamos otimistas”, afirma o treinador, que começa a comandar os treinamentos do Nagadjo nesta sexta-feira. “Aqui é uma LARM melhorada”, define, quando convidado a explicar como funciona o futebol no Timor Leste.

Semi-profissional, o futebol local vai para a terceira temporada com o Campeonato Nacional da Liga Futebol Amadora em duas divisões, cada uma com dez clubes. Destes campeonatos sai a base da seleção timorense.

“Temos estrangeiros aqui. O último campeão tinha três brasileiros, só pode três estrangeiros por time”, relata Ricardo. A pré-temporada do Nagadjo começa nesta sexta-feira. “Temos um orçamento baixo, mas acho que podemos montar um time competitivo”, observa o treinador, que contará com um africano, um indonésio e um jogador de Papua Nova Guiné complementando o elenco de timorenses.

O campeonato começa em 23 de fevereiro, e a estrutura ainda é incipiente. Os times treinam em campos das comunidades nas cidades e aldeias, e há três estádios no país. “São estádios do governo, quando fizerem mais dois aí será possível ter doze times em cada divisão, pois todos os times das duas divisões jogam nesses atuais três estádios”, conclui o treinador criciumense.