Formas e Artes: família tem produção artesanal como fonte de renda

Imagine chegar num lugar repleto de vegetação ao redor e que respira cultura! Formas e Artes é o nome de um espaço voltado para o artesanato, localizado na cidade de Siderópolis, que além de disponibilizar peças confeccionadas por artesãos, dá dicas sobre o trabalho realizado pela família do artesão Geraldo Canarin. Filhos, esposa, genro e nora, todos estão envolvidos com a atividade.

Ele conta que a história de sua família com seu artesanato começou com seu bisavô quando veio da Itália para o Brasil. " Ele foi convidado na época pela princesa Isabel para ajudar na restauração do palácio para fazer as pinturas. Ele gostou do Brasil e acabou ficando. Depois o meu avô também, que por sua vez, trabalhava com marcenaria, com a produção de ônibus na região de Orleans e tamancos de madeira com couro, que era muito procurado pelo pessoal da época, principalmente pelas pessoas que vinham da Itália. Depois foi a vez do meu pai, que também foi marceneiro por muitos anos em Criciúma, com móveis rústico e a gente aprendeu ali e gostou", relembrou.

Legenda: Geraldo Canarin/ Foto: Jessica Rosso

Desde os 8 anos de idade, Canarin passou a trilhar o mesmo caminho do pai, avô e bisavô. Chegou a trabalhar como técnico químico, no controle de qualidade de uma mineração em Estação Cocal, mas nas horas vagas sempre teve como atividade paralela o artesanato. Depois de aposentado foi para Siderópolis e montou o espaço que já completou 10 anos. Recentemente fez melhorias no local, após receber auxílio da Lei Aldir Blanc, por conta da pandemia de Covid-19. Já participou com bastante frequência das Feiras da Agroponte, em Criciúma.

Atualmente o espaço oferece diferentes peças de cestarias, produzidas com madeira e boa parte dos materiais utilizados são de produtos recicláveis. "Compramos bastante mas também aproveitamos o que dá para reutilizar", disse.

Cerca de oito artesãos têm seus trabalhos apresentados no local, que incluem, bandejas em madeira, tábuas de carne, colher de pau, balaios, cestarias para biscoitos e pães, telas, bancos, tapeçaria, peças em cerâmica, além de trabalhos feitos com a fibra da banana.

(Foto: Jessica Rosso)

Os materiais utilizados 

A madeira está presente na maior parte dos trabalhos feitos pela família do artesão, que incluem bacias e também pequenos móveis e baús.

A fibra da banana também está presente em alguns trabalhos, utilizada para fazer as cestarias e tem ainda as peças de cerâmicas feitas de resina. O artesão também trabalha atualmente na confecção de lembranças de pontos turísticos específicos, como a Barragem do Rio São Bento. Na maioria dessas peças, utilizando madeira e resina. (Foto: Jessica Rosso)

Toda a família acaba se envolvendo, utilizando de diferentes técnicas, por exemplo, em uma mesma peça. "A esposa, nora, filhos, todos se envolvem. Cada um faz um tipo de traballho, então tem uma peça que eu posso estar fazendo, mas eles tem uma técnica que acabam aplicando depois, por eles terem mais conhecimento sobre a mesma. Trabalhamos assim, é uma parceria", disse.

(Foto: Jessica Rosso)

Canarin conta que o artesanato significa tudo para a sua família e que busca inspiração em Deus. "Está dentro da gente e vamos nos inspirando. Quanto mais se produz mais motivação temos. Nós só queremos produzir, esse é o nosso desejo.

O contato com as escolas

Como o espaço foi contemplado com a Lei Aldir Blanc, Geraldo Canarin conta que recebeu turmas das escolas da rede do município com o objetivo de mostrar o seu trabalho e ensinar desde a confecção de tapeçaria até pintura. 

(Foto: Divulgação)

"Ensinamos algumas peças simples de pintura". Os planos para o futuro é terminar de organizar o espaço para poder ensinar técnicas para quem quiser aprender. " Sonhamos com um local em que o pessoal possa vir e aprender, além de, é claro, comprar um produto", comentou. O local é aberto ao público de segunda a domingo, das 9h às 22 horas. 

Vídeo: Jessica Rosso/Redação Engeplus