Linguagem Simples: Comunicação e Humildade Cultural

A Linguagem Simples não é apenas uma técnica de comunicação; é uma ferramenta para democratizar o acesso à informação e fortalecer a cidadania. Imagine abrir um documento jurídico e compreender cada palavra sem se perder em jargões desconhecidos. Isso é o que a Linguagem Simples busca proporcionar: acesso decodificado ao "Jurisdiquês" e a outros documentos formais, como editais, por exemplo.

Mas o desafio vai além das barreiras legais. Pense nos pacientes que recebem laudos técnicos, receitas e protocolos médicos repletos de terminologia especializada. Para eles, a dificuldade de compreensão pode ser frustrante e até mesmo prejudicial para sua saúde.

No Brasil, iniciativas como a lei de direitos do usuário de serviços públicos e o Programa Municipal de Linguagem Simples da Prefeitura de São Paulo destacam a importância desse tipo de comunicação. No Ceará, o Laboratório de Inovação e Dados (Íris) lidera o caminho com a Política Estadual de Linguagem Simples em Direito Visual, pioneira no mundo. Essa iniciativa revolucionária promove não apenas uma linguagem acessível, mas também integra elementos visuais para tornar a informação ainda mais clara.

Além disso, recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei para instituir uma política nacional de linguagem simples, reforçando o compromisso em garantir que todos os cidadãos possam entender seus direitos e deveres, a tomarem decisões informadas e a participarem ativamente da vida pública.

Ao adotar a Linguagem Simples, não estamos apenas simplificando palavras, mas também mostrando humildade cultural, reconhecendo a diversidade de experiências e saberes de cada indivíduo. É um passo em direção a uma sociedade mais inclusiva e justa, onde todos possam entender e usufruir de informações burocráticas e cotidianas com clareza e dignidade.

O que o usuário é capaz de identificar a partir da linguagem simples: 

1. Encontrar facilmente a informação que procura.
2. Compreender a informação que encontrou.
3. Conseguir usar a informação.

OTRE-PR foi o primeiro regional eleitoral do Brasil a normatizar o uso da linguagem simples em busca de transmitir informações de forma mais clara e objetiva. O TRE/RN acaba de disponibilizar para consulta a Cartilha “Linguagem Simples - Justiça Eleitoral: simples assim!”.