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O perfil mandante e visitante da Série C mudou, e isso pode ser um bom sinal ao Tigre

Dos três jogos restantes para os comandados de Cláudio Tencati, dois serão fora de casa
O perfil mandante e visitante da Série C mudou, e isso pode ser um bom sinal ao Tigre
Foto: Celso da Luz / Criciúma EC
Por Eduardo Madeira Em 22/10/2021 às 08:30

Um dos fatores diferenciais para a definição dos oitos times que brigam pelo acesso à Série B do Campeonato Brasileiro foi o mando de campo. No grupo do Criciúma, por exemplo, os quatro melhores mandantes passaram de fase. Na outra chave, isso não ocorreu, mas Tombense e Manaus, invictos jogando em casa, se classificaram, a exemplo de Botafogo (PB) e Paysandu, que tiveram desempenhos inferiores, mas somaram mais da metade dos pontos quando foram anfitriões dos seus respectivos jogos.

Os números da primeira fase mostram bem isso. Dos 180 jogos, 46,6% terminaram com vitórias dos mandantes e apenas 21,1% dos visitantes. No Grupo A, 40% dos jogos tiveram vitórias dos donos da casa, enquanto no Grupo B esse número sobe para 53,3%. Por isso, enxergamos algumas campanhas bem discrepantes em ida e fora de alguns classificados, como o Criciúma (92,6% em casa e 18,5% fora) e Manaus (70,4% em casa e 25,9% fora).

Grupo A: 90 jogos, 36 vitórias, 38 empates, 16 derrotas - 40% de vitórias
Grupo B: 90 jogos, 48 vitórias, 20 empates, 22 derrotas - 53,3% de vitórias

A segunda fase chegou, metade dela já se passou e o perfil se inverteu. Passados 12 jogos, somente três compromissos terminaram com vitórias dos mandantes: o Manaus, na estreia contra o Novorizontino, que devolveu na mesma moeda para o Ypiranga na rodada seguinte e, por fim, o Ituano diante do Paysandu. Os visitantes aprontaram das suas e arrancaram quatro vitórias.

Uma das provas de que a maré virou é que Tombense e Criciúma, melhores mandantes dos grupos A e B, respectivamente, jogaram duas vezes em casa e não venceram. O time mineiro empatou com o Manaus e perdeu para o Novorizontino, enquanto o Tigre até segue invicto no Heriberto Hülse, mas amargou empates com Paysandu e Botafogo (SP). Fora de casa, o tricolor, de campanha terrível na primeira fase, venceu o único jogo que fez como visitante.

É difícil identificar a razão disso. Claro, é um recorte pequeno, mas é possível notar nos jogos cenários muito parecidos nos dois grupos. Times da casa precisando propor jogo, mas encontrando dificuldades com visitantes recuados e contentes com empates (já foram cinco) e tentando beliscar vitórias em transições rápidas e contra-ataques. Possivelmente, o fator "decisão" dessa etapa da Série C também implique em algo, mas é muito difícil saber quais as razões disso, é muito mais intuito do que estatístico.

Nos números, o fato é que o perfil mudou. Na segunda fase da Série C, jogar como visitante não tem sido, exatamente, um problema.

Seria isso um bom sinal para o time de Cláudio Tencati? Dos três jogos que restam, dois são fora de Santa Catarina. Vencendo as duas, provavelmente conseguirá garantir presença na Série B do ano que vem. Numa hipótese não tão otimista, uma vitória e um empate talvez sejam suficientes para os carvoeiros. Veremos se a maré continua seguindo pro mesmo lugar neste sábado, em João Pessoa (PB).

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