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Na noite em que quase tudo deu errado, Criciúma ainda arrancou o melhor resultado possível

Com dois a menos, o Tigre empatou com o Botafogo (PB) em 0 a 0
Na noite em que quase tudo deu errado, Criciúma ainda arrancou o melhor resultado possível
Foto: Celso da Luz / Criciúma EC
Por Eduardo Madeira Em 17/10/2021 às 16:30

O melhor resultado possível para o Criciúma contra o Botafogo (PB) era, obviamente, a vitória, mas jogando com dez desde os primeiros minutos, terminando com nove e ainda enfrentando uma noite chuvosa, não há do que se queixar do 0 a 0. Se mantém na zona de acesso e depende das próprias forças para subir, mesmo tendo dois jogos como visitante na reta final da Série C. Deu quase tudo errado, menos o placar, que é o mais importante nesse momento.

Claro que qualquer coisa que falemos sobre o empate com o Belo precisa passar pelas expulsões, já que elas condicionaram a postura dos dois times. O Criciúma faz barulho, é pressionado por isso pela torcida e é completamente normal, porque foi quem precisou se adequar às exclusões precoces. Mas, no meu ponto de vista, o árbitro Paulo César Zanovelli acertou nas duas decisões, inclusive na tão contestada de Dudu Vieira.

Entendo os argumentos de que era começo de jogo e havia disputa de bola, como falou Cláudio Tencati após a partida, mas a força excessiva e a forma como Dudu entrou jogam por terra os dois argumentos. Carrinho frontal, de sola, com o pé erguido e acertando o adversário com força. Atingiu todos os “pré-requisitos” para uma expulsão.

E sobre o lance do Léo Costa, custo a entender o que passou na cabeça dele ao atingir o rosto do adversário, honestamente. O Criciúma ainda alega que antes houve um pisão de Clayton, só que nitidamente o jogador do Botafogo (PB) tentou apoiar o pé no chão, num movimento absolutamente acidental.

O erro capital do árbitro, que aí sim valeu a reclamação do Criciúma, foi no lance envolvendo Sávio, nos acréscimos do primeiro tempo. Já com cartão amarelo, ele impediu a progressão de Silvinho, que corria em direção da grande área, impedindo a sequência de um ataque promissor. Me pareceu que o apitador quis poupar o jogador do Belo por ele ter recebido um cartão amarelo minutos antes. Um erro grave, que poderia fazer com que os dois times fossem para o intervalo em igualdade, mas que, é bom frisar, não cabia revisão do VAR por se tratar de um lance para amarelo. A falha foi inteira do árbitro no campo.

Como disse acima, as expulsões condicionaram o jogo. O Botafogo (PB), ainda sem vencer, precisou se lançar ao ataque, enquanto o Criciúma se fechou com duas linhas de quatro e Henan, já apagado nas partidas anteriores, participou menos ainda. Apesar de fechar bem a grande área, o Tigre cedeu espaços pelas laterais, especialmente no lado em que Tsunami pode subir, e ainda deixou o Belo muito à vontade para chutar de média distância. Contou com a falta de qualidade do adversário para não passar por maiores apuros diante do torcedor.

Méritos também da própria entrega e dedicação dos jogadores do Criciúma, que entenderam a necessidade de correr dobrado. Mas é uma moeda de dois lados. A entrega de alguns foi o exagero de outros. Normal o Criciúma reclamar do apitador, só que os lances das duas expulsões foram, no mínimo, tolos. Jogadas longe da área, sem perigo nenhum e que provocaram graves prejuízos ao time.


Desenhos táticos antes da segunda expulsão

A preocupação maior fica para a partida da semana que vem, na Paraíba. Dudu Vieira e Léo Costa, obviamente, não jogam e Arilson ainda não se recuperou de contusão. Quais serão as alternativas de Tencati? Jessé e Renan Areias? Ou será que Arilson estará de volta? Quem sabe uma opção mais agressiva, com alguém com maior poder de fogo para cumprir a função de Dudu pela direita?

Tencati que se vire. O treinador terá alguns dias para esquecer o choro com a arbitragem, deixar a poeira baixar e quebrar a cabeça para resolver esse problema na formação. sabendo que não será toda noite que um pinguinho de sorte salvará o Tigre depois de uma série de acontecimentos contrários.

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