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Uma casa de papel na Bienal de Veneza 2022

Uma casa de papel na Bienal de Veneza 2022
Foto: Dezeen.com
Por João Rieth Em 05/07/2022 às 21:09

O estúdio italiano Stefano Boeri Architetti criou o pavilhão chamado “Hanji House”, na Bienal de Arte de Veneza, deste ano, com uma forma angular e revestida de papel, baseada em esculturas do artista coreano Chun Kwang Young.

A Hanji House foi projetada como uma versão ampliada das esculturas cristalinas de Young, que o artista denomina "arquitetura de árvore de papel", para o jardim do Palazzo Contarini Polignac, um palácio com vista para o Grande Canal de Veneza. Construída a partir de madeira laminada folheada, a Hanji House possui a forma de coroa, sendo definida por quatro pirâmides altas e finas em seus cantos. Uma das pirâmides é dois metros mais alta que as outras, justamente para quebrar a simetria da forma e criar uma espécie de  "farol". Todo o pavilhão é revestido com papel hanji e serve para criar uma aparência branca, quase translúcida à noite.

"A forma e a identidade [do pavilhão] derivam da antiga, lúdica e meditativa prática oriental de dobrar papel de inúmeras maneiras", disse Stefano Boeri Architetti. “A forma é uma reminiscência das antigas práticas de origami e tangram, bem como das casas tradicionais coreanas, baseadas em uma modularidade geométrica simples”, continuou.

Além de sua conexão visual com as esculturas de Young, o pavilhão foi projetado como uma referência abstrata à arquitetura circundante de Veneza. "Todo o pavilhão evoca formas locais, da catedral gótica ao peculiar estilo renascentista dos palácios, que serpenteiam do Grande Canal até o interior da ilha", disse o arquiteto. Dentro do pavilhão há um banco de madeira onde os visitantes podem sentar e observar uma instalação de vídeo interativa de Calvin J. Lee, com  representações virtuais das esculturas de hanji de Young, projetadas nas paredes.

A atual localização e uso da Hanji House pretende ser o “início de uma jornada mais longa” para o pavilhão, com a estrutura projetada para ser desmontada e realocada com diferentes usos. “Assim como uma leve lanterna de papel, a Hanji House pode ser dobrada, movida e adaptada em diferentes contextos, tão facilmente quanto uma folha de papel, com inúmeras possibilidades de transformação ainda a serem exploradas”, concluiu Boeri.

João Rieth Arquiteto e Designer

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