Protesto contra feminicídio é realizado em Forquilhinha; cartaz dizia: 'parem de nos matar'
Em menos de seis meses município registrou dois crimes de violência com morte de mulheres

As falas emocionadas não são apenas de saudade, mas de angústia. Familiares da sargento Regiane Miranda estão há seis meses aguardando a finalização do inquérito policial civil que apura o caso de feminicídio. A sargento morreu aos 37 anos, após ser atingida por tiros de arma de fogo pelo ex-companheiro e ex-PM, que tirou a própria vida após cometer o crime. O fato aconteceu na residência de Miranda, no bairro Vila Lourdes, em Forquilhinha.
Nesta quarta-feira, dia 13, familiares foram as ruas para manifestar contra o feminicídio, mas também para lembrar as autoridades que a espera pelo encerramento do caso continua. O delegado de Polícia Civil de Forquilhinha Ricardo Kelleter, é responsável pela investigação do assassinato de Regiane. Ele disse à reportagem que ainda existem diligências necessárias a serem feitas na investigação. Informações mais detalhadas não podem ser divulgadas por conta do andamento do processo, informou Kelleter.
Além de amigos e familiares da sargento, também estiveram presentes pessoas próximas da também vítima de feminicídio Aline Arns, morta, em sua residência, pelo ex-companheiro. Ele também tirou a própria vida. O caso aconteceu no mesmo bairro, e foi um motivo a mais para que a manifestação acontecesse nesta quarta.
'Parem de nos matar', 'você foi uma joia rara que nos deixou', 'não deixe seu medo acabar com sua vida', 'seu sorriso por onde passou a todos conquistou', 'quem ama não humilha, não maltrata, não mata', 'nenhuma a menos', 'amor com violência é doença', 'lutamos para que o fim dos relacionamentos não seja o fim da vida'. Essas são apenas algumas das frases escritas em cartazes, segurados nas mãos, à vista dos que passaram pela principal via de Forquilhinha por volta das 18 horas desta quarta-feira. Os olhares eram tristes e os discursos pediam um basta da violência contra a mulher. Crianças, mulheres, homens, pessoas de todas as idades levaram mensagens não só relacionadas às vítimas Regiane e Aline, mas para todas as mulheres que sofrem algum tipo de violência, e também para os agressores.
Saiane Miranda disse que o protesto é um alerta. "Para as mulheres, para pedirem ajuda, procurarem ajuda, denunciarem qualquer tipo de violência. É também um apelo para a população, às autoridades para prestarem mais atenção nisso. Estamos usando a nossa voz para tentar conscientizar a população, para dar um basta no feminicídio, que mata tantas mulheres todos os dias. Alguns cartazes dizem: 'o machismo mata mulheres todos os dias', então estamos aqui, mostrando a nossa luta para conscientizar o pessoal acerca disso", contou.
Lisiane Pereira Arns disse que é necessário união, e que ninguém deve mais passar por esse tipo de situação. "É muito sofrimento". O protesto teve início na ponte de Forquilhinha, que dá acesso a principal via do centro da cidade, e com o auxílio da segurança da Polícia Militar, protestantes caminharam pela via, realizaram discursos e cantaram a letra que dizia: "eu não posso andar só, eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor".



















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