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Sargento de Criciúma implanta cartilha na Rede de Vizinhos para evitar crimes praticados via celular

Material dá dicas de como agir para não cair em golpes dos chamados
Sargento de Criciúma implanta cartilha na Rede de Vizinhos para evitar crimes praticados via celular
Foto: Lucas Renan Domingos/Portal Engeplus
Por Lucas Renan Domingos Em 23/12/2019 às 11:22

A Polícia Miliar (PM) está sempre atenta aos novos crimes que surgem na sociedade. Com os smartphones se tornando cada vez mais parte do dia a dia das pessoas, além de realizar trabalhos ostensivos e preventivos na comunidade, a PM tem se preocupado também com aos delitos que estão ocorrendo no ambiente virtual. Foi pensando nisso que o sargento Juliano Severo de Freitas, do 9º Batalhão de Polícia Militar (9º BPM), em Criciúma, implantou na Rede de Vizinhos do município uma cartilha buscando prevenir a ação dos chamados “cibercriminosos”.

O conteúdo foi elaborado durante uma campanha envolvendo a Polícia Civil do Rio Grande do Sul com o Ministério Público gaúcho. “Ela estava pronta. Fiz apenas algumas adaptações e comecei a espalhar em nossa Rede de Vizinhos”, disse o sargento. A iniciativa de divulgar o material partiu de uma onda de crimes que vinha acontecendo em Criciúma. No mês de outubro, no bairro Universitário, assaltantes estavam abordando estudantes e roubando celulares.

“Era uma quadrilha e um deles era responsável por fazer o desbloqueio dos aparelhos que seriam revendidos depois. Em conversa com esse suspeito, ele nos contou detalhes de algumas maneiras como efetuava o desbloqueio ou acessava dados das pessoas em seus celulares”, contou Severo.

A cartilha aborda cuidados a serem tomados para evitar de dar oportunidade aos criminosos. Para o policial, muitos dos crimes só ocorrem por descuido das vítimas. “Algumas das dicas são sempre deixar os aplicativos atualizados, porque cada nova versão é mais segura. Evitar de ficar acessando links e fazendo downloads duvidosos, que podem servir como forma dos cibercriminosos acessar o celular ou instalar um vírus e ter muita cautela ao compartilhar assuntos íntimos e dados pessoais”, reforçou.

Clonagem de aplicativo e envio de “nudes”

Severo aponta que, atualmente dois crimes têm crescido no ambiente virtual. Um deles é a clonagem de WhatsApp. O outro, as chantagens por conta dos chamados “nudes”, quando uma pessoa envia uma foto íntima sua para algum contato.

No primeiro caso, por meio da clonagem, o criminoso consegue utilizar o WhatsApp se passando pelo verdadeiro dono do número do celular. “Ele cria uma história de que está com necessidade, conversa com pessoas que a vítima troca mensagens constantemente e tenta ludibriar esse contato. Fingindo ser o dono do número, ele começa a conversar com a vítima e pede por uma ajuda em dinheiro, prometendo pagar depois e passa a conta. A pessoa, por confiar no verdadeiro proprietário do número, acaba depositando e só depois vai perceber que é um golpe”, detalhou o sargento.

Já no caso dos “nudes”, o golpe ocorre por meio de ameças. “Tivemos um caso em Criciúma onde uma mulher estava trocando mensagens com um contato. A conversa era de flerte e ela acabou confiando na pessoa e enviando imagens íntimas. Logo após receber as fotos, ele passou a ameaçar a vítima pedindo dinheiro ou iria espalhar o conteúdo para outras pessoas”, disse.

Algumas medidas podem evitar os crimes. Para evitar a clonagem, Severo dá uma dica de segurança presente no próprio WhatsApp. “É a verificação em duas etapas, que está na configuração do aplicativo. O usuário cria uma senha e todas as vezes que o número precisar ser verificado, além do código enviado pelo aplicativo, terá que digitar uma senha que ele criou. Isso evita acessos indevidos que são identificados pelo aplicativo”, afirmou.

Para não cair em chantagens com “nudes”, a dica é consciência. “A pessoa tem que ter a mínima noção de que não deve ficar se expondo em qualquer rede social e ter todo cuidado que não sofrerá consequência com isso. Prevenir os crimes é o caminho, porque reverter o dano é muito mais difícil”, salientou o sargento.

Crimes antigos que ainda fazem vítimas

O conteúdo disseminado pela Redes de Vizinhos também aborda golpes antigos, praticados não só por aplicativo, mar por ligações ou SMS, como o falso sequestro e o torpedo premiado. “São crimes que ocorrem a bastante tempo, mas que ainda muita gente cai. Parece óbvio as dicas que repassamos, mas ainda ocorre bastante vítimas. Recentemente, em Forquilhinha, uma guarnição conseguiu impedir um depósito de uma mulher que estava caindo no falso sequestro, por exemplo”, destacou Severo.

No falso sequestro, a vítima recebe uma ligação onde os criminosos simulam que sequestraram um parente da vítima. Em troca da liberdade, pedem uma quantia em dinheiro. “Eles só chegam a esse ponto porque trabalham com o emocional da vítima que vai passando as informações que eles precisam para tornar a simulação mais verídica. A dica é não dar informações e sim fazer perguntas para tentar confirmar se é mentira ou não”, acrescentou.

“O torpedo é outro golpe antigo. A pessoa recebe a informação em seu celular que ganhou um prêmio e para receber tem que entrar em contato em um número. Do outro lado da linha vai ter alguém atendendo e para coletar dados que serão utilizados em outros golpes depois. Muitas vezes pedem até dinheiro para depositar uma quantia maior”, completou o sargento.

Por fim, Severo aponta que, em caso de ser vítima de golpe, a orientação é ligar para a Polícia Militar. “Mas cabe frisar que todos esses crimes são possíveis de ser evitados, basta ter atenção e o cuidado necessário”, finalizou.

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