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Polícia Civil aponta para possível homicídio em caso de incêndio no município de Orleans

Homem morreu após sofrer queimaduras em 65% do corpo
Por Thiago Hockmüller Em 10/11/2019 às 21:22

A Polícia Civil abriu investigação para apurar um incêndio que ocasionou a morte de um homem em Orleans. O caso ocorreu no mês de setembro, no Centro do município. No boletim de ocorrência, a companheira da vítima, 68 anos de idade, relata que estava dormindo quando o homem derramou bebida alcoólica na cama. E as chamas teriam iniciado quando ele acendeu um cigarro.  

O homem foi socorrido por volta da 1 hora e encaminhado à Fundação Hospitalar Santa Otília. Depois foi transferido para o Hospital São José (HSJ) com queimaduras em 65% do corpo. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu. 

O inquérito foi aberto depois que a Polícia Civil desconfiou da desproporção entre a combustão gerada pela bebida alcoólica e as lesões sofridas pelo homem. Além do mais, segundo o delegado Ulisses Gabriel, responsável pela investigação, há um histórico de violência doméstica sofrida pela mulher e também um elevado período de tempo entre o incêndio e o acionamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). 

“Também levando em conta que em seu depoimento, ela disse acreditar que ele derramou a cachaça, que estava sendo tomada em uma garrafa de água mineral e, depois, involuntariamente teria acendido o isqueiro, que gerou a combustão. Além disso, a suposta garrafa não queimou no incêndio, mas estava intacta. Após investigações nos fundos da residência foi encontrada uma garrafa de álcool, que recentemente havia sido arremessada lá. Ela mudou a cena dos fatos, virando, inclusive, o colchão, que possui marcas profundas de queimadura, bem como o fato de que o incêndio, segundo ela, teria se dado no cobertor. Ela possui lesões nas partes externas das mãos, como se, ao atear fogo, após jogar álcool enquanto ele estava deitado, embriagado, fato que gerou uma explosão e a possível lesão”, aponta o delegado em nota encaminhada à imprensa. 

Com base no laudo gerado pelo Instituto Geral de Perícias (IGP), a Polícia Civil trabalha com a hipótese que a idosa teria sido autora de crime de homicídio pelo meio cruel e sem chances de defesa para a vítima. “Segundo o laudo do IGP, ocorreu incêndio com uso de substância inflamável e que o líquido contido na garrafa de cachaça não possuía capacidade de criar diversos focos de incêndio nas roupas de cama com uso de cigarro ou fósforo. E não provocava aumento da suscetibilidade ao início do fogo se derramado nos tecidos analisados”, explica o delegado. 

Nesta semana serão realizadas as inquirições das últimas testemunhas e após isso o inquérito será enviado ao Poder Judiciário. 

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