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Gaeco cumpre mandados de prisão de integrantes da ONG Multiplicando Talentos

Documentos também foram apreendidos na sede da ONG no bairro Santa Bárbara
Gaeco cumpre mandados de prisão de integrantes da ONG Multiplicando Talentos
Foto: Douglas Saviato
Por Douglas Saviato Em 27/07/2017 às 10:26

Atualização de matéria às 11h26 / O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) de Criciúma cumpriu na manhã desta quinta-feira, dia 27, mandados de busca e apreensão na ONG Multiplicando Talentos. Documentos e demais materiais foram recolhidos da sede da ONG instalada nas dependências do Giassi Supermercados, no bairro Santa Bárbara, em Criciúma.

A operação intitulada de Talentos visa combater desvios de recursos públicos na administração das Casas de Atendimento Socioeducativo Provisório de Tubarão e Criciúma e nas Casas de Semiliberdade de Criciúma e Araranguá, geridas pela ONG.

O Gaeco cumpriu também nesta manhã mandados de prisão com foco em Criciúma, mas com prisões realizadas também em outras cidades da região. Nove mandados foram cumpridos, sendo oito deles temporários e um preventivo. Entre os detidos estão o presidente e a tesoureira da ONG, sendo que ambos foram presos em suas residências. Todos os presos já estão no Presídio de Santa Augusta, de Criciúma.

Os mandados de busca e apreensão também ocorreram nas empresas particulares do presidente e em órgãos públicos. O Gaeco também sequestrou os bens do responsável pela ONG para garantir o ressarcimento aos cofres públicos.

A investigação

A investigação, promovida pela 11ª Promotoria de Justiça de Criciúma, responsável pela área de moralidade administrativa, foi iniciada em 2015 a partir do depoimento de um ex-funcionário da Multiplicando Talentos.

A quebra de sigilo bancário dos principais investigados, autorizado pelo Juízo da 2ª Vara Criminal de Criciúma, indicou movimentações suspeitas nas contas da Multiplicando Talentos, de seu presidente, e das empresas privadas por ele criadas.

As investigações apontam que muitos pagamentos efetuados pela Multiplicando Talentos a fornecedores de bens e serviços aos CASEPs e Casas de Semiliberdade voltavam para as contas pessoais do presidente da Multiplicando Talentos. Além disso, há indicativos de que recursos públicos foram empregados na construção de uma casa situada em terreno particular em Araranguá, visando beneficiar exclusivamente o presidente.

Outras irregularidades, como a contratação de servidores para a Multiplicando Talentos e para as empresas pessoais do presidente da ONG pagos com dinheiro público, também estão sendo investigadas. Estima-se, inicialmente, que os prejuízos aos cofres públicos superem R$ 1,5 milhão.

Coletiva de imprensa

Informações detalhadas sobre as investigações e os mandados cumpridos serão repassadas através de uma coletiva de imprensa marcada para esta sexta-feira, dia 28, às 11 horas, na sala de reuniões do Ministério Público de Criciúma.