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Dia das Mães: uma gravidez quase impossível

Com chances quase nulas de ter uma gestação, Rosane descobriu estar grávida
Dia das Mães: uma gravidez quase impossível
Por Redação Engeplus Em 13/05/2018 às 09:05

A maternidade aconteceu para Rosane Campos no momento mais improvável de sua vida. Após duas cirurgias, uma para retirada do ovário direito por conta de tumores e outra para retirada de outro tumor que chegou a atingir 70% do ovário esquerdo, ela descobriu que estava grávida. Para os médicos que acompanhavam seu caso, sua ginecologista e cirurgião oncológico, uma gravidez seria pouquíssimo provável em função do estresse que os tratamentos médicos e cirurgias haviam promovido em seus órgãos. “Não havia planejado ter filhos, mas dizem que a vida não dá o que a gente quer, mas sim o que precisamos”, afirma.

Rosane foi aconselhada pelos médicos, por segurança, a fazer histerectomia total, mas a possibilidade de não poder gerar filhos, mesmo não pensando nisso naquele momento a fez não aceitar a opção. “Quando você tem esse tipo de situação imposta é que surge a grande questão da maternidade. Foi a primeira vez que eu parei para pensar se eu queria ou não ter filhos”, relata. Por se dar o direito de escolha de ter uma possível gestação, partiu para um tratamento mais arriscado: retirar somente o ovário direito. “Se eu decidisse não ter filhos, que a escolha fosse minha e não por uma situação clínica”. Além do tumor, Rosane recebeu o diagnóstico de endometriose de nível severo, o que diminuía ainda mais as chances de gravidez.

Seis meses após a cirurgia, durante acompanhamento médico, recebeu a notícia que havia desenvolvido o mesmo tumor no ovário esquerdo. “A histerectomia seria a solução mais simples, rápida e segura, mas tomar essa decisão é que te coloca em dúvida”, explica Rosane. Escolheu então, assumir o risco de fazer uma cirurgia mais complicada, de quatro horas e meia, e remover somente o tumor, o que implicaria em uma possível terceira cirurgia dependendo do resultado da biopsia.

“Perguntei ao médico, um mês depois da segunda cirurgia, quais eram as chances de ter um filho e descobri que deveria esperar um ano e possivelmente passar por um processo de tratamento de fertilidade”. Porém, no retorno ao médico três meses depois já estava grávida. “Os médicos acharam que pelo histórico clínico poderia ser qualquer outra coisa, menos gravidez”. O filho de Rosane, Arthur, completa 37 semanas nesta segunda-feira, dia 14, e deve nascer no final de maio, dois anos após a sua primeira cirurgia e um ano após a segunda. “Talvez eu precisasse passar por esse processo de escolha e tomada de decisão, pra poder viver a gravidez agora, no momento que estou”.

Durante esta semana ela participou de uma ação de Dia das Mães na La Moda, empresa onde é coordenadora de logística, e segundo ela, nesses momentos que se vê parte desse contexto. “Me dei conta de que eu era mãe quando olhei uma propaganda e pensei que agora eu já era aquilo, já fazia parte de algo maior do que eu mesma”. Celebrando seu primeiro Dia das Mães aguardando a chegada de Arthur, diz que essa espera é um sentimento sem explicação. “Essa ligação que já existe, e que é ser mãe, é muito forte”.

Colaboração: Fernanda de Maman / Alfa Comunicação

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