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Trabalhadores da Casan protestam pelo fim das terceirizações e pedem mais contratações de servidores

Na tarde desta terça-feira funcionários paralisaram as atividades por duas horas
Trabalhadores da Casan protestam pelo fim das terceirizações e pedem mais contratações de servidores
Foto: Lucas Renan Domingos/Portal Engeplus
Por Lucas Renan Domingos Em 27/07/2021 às 16:26

Trabalhadores da Companhia Catarinense de Água e Saneamento (Casan) iniciaram uma manifestação contrária à terceirização de serviços na empresa e pedindo mais concursos públicos para a contratação de funcionários e por melhores condições de trabalho. Os protestos estão programados para acontecer em diferentes regiões de Santa Catarina e iniciaram nesta terça-feira, dia 27, em cidades do Sul do Estado.

Em Criciúma o ato aconteceu no início da tarde. Liderados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de Santa Catarina (Sintaema/SC), parte dos servidores paralisaram as atividades por duas horas, em caráter de assembleia. “A direção da Casan não aceita avançar na negociação. Estamos desde abril em discussão e não há avanço de uma vírgula sequer. Queremos melhores condições de trabalho, reposição salarial, melhoria dos prêmios que a gente recebe, mudança nas escalas de trabalho que a Casan impõe sem falar com os trabalhadores, além de outros pontos. A pauta é extensa”, reclamou o presidente do Sintaema, Leonardo Lacerda da Silva.

O vice-presidente do sindicato, Genilson Teixeira Gomes, afirmou que com a chegada da nova diretoria eles esperavam um melhor tratamento. A direção da companhia, segundo o sindicato, seria apenas a correção pelo INPC. “A diretoria é formada por funcionários da Casan. Pensamos que teríamos um tratamento mais humanizado e viemos ano a ano sofrendo ameaças, cortes de direitos que levamos anos para conquistar. O ano de pandemia foi mais um ano difícil. O nosso trabalhador ficou na rua, colocando a vida em risco, e agora não temos o nosso reconhecimento”, pontuou Gomes.

O presidente do Sintaema/SC disse que em todo o Estado a quantidade de terceirizações tem aumentado. “Tivemos uma denúncia de terceirização em São José e fomos verificar. Primeiro falaram que não havia nada. Uma semana depois o processo estava na mesa do superintendente. Começa sempre assim. Iniciaram com a terceirização de quatro equipes para ajudar em Florianópolis por três meses. Hoje são 14 equipes terceirizadas. A tinta da caneta da Casan nunca é para contratar. Agora para qualquer contrato de terceirização tem caneta para autorizar”, destacou.

Superintendência

O superintendente regional de negócios da Casan para o Sul e Serra, Gilberto Benedet Júnior, conversou com os sindicalistas. Segundo ele, a superitendência não possui autoridade para atender as demandas solicitadas pelos servidores. "Na verdade é uma negociação feita diretamente com a diretoria da empresa, não é com a superintendência. Somos responsáveis por operar o sistema que pertencem a nossa área. É legítima a manifestação junto ao sindicato. Isso é garantido por lei. A única coisa que debatemos e não fomos bem atendidos foi a utilização da área privada da empresa para manifestação. Existem funcionários que continuam exercendo o direito de continuar trabalhando. Cada um está seguindo a sua visão do que acha certo ou errado, relatou. 

Ele disse não ser contrário ao movimento. "É até importante para que se sensibilize muitas questões referentes ao acordo coletivo, mas há alguns excessos. Tudo isso deve ser pontuado com a diretoria para chegar em um consenso para que seja bom para todos, principalmente para o cidadão, já que em atos como este o serviço deixa de ser prestado", reforçou. 

A reportagem também entrou em contato com a assessoria da Casan que afirmou que ainda avaliará se a companhia irá se manifestar. 

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