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Temporada rende 70 toneladas de tainha e pescadores retomam luta por local de armazenamento

Recurso de R$ 1 milhão já está garantido junto ao Estado, explica o presidente da Z-33
Temporada rende 70 toneladas de tainha e pescadores retomam luta por local de armazenamento
Foto: Mauricio Vieira/Secom
Por Thiago Hockmüller Em 27/07/2021 às 15:23

A temporada de pesca rendeu aos pescadores da Colônia Z-33, em Balneário Rincão, cerca de 70 toneladas de tainha, superando as 50 toneladas capturadas em 2020. O reflexo positivo é comemorado pelas famílias que sobrevivem da atividade e que agora se preparam para as temporadas da anchova e corvina. Paralelo a isso, lideranças da colônia seguem na luta para viabilizar um lugar de armazenamento do pescado, garantindo assim valor agregado ao produto e maior capacidade de comercializá-lo. 

Segundo o presidente da Colônia Z-33, João Piccolo, o resultado da temporada da tainha permite que pescadores renovem embarcações, melhorem equipamentos de pesca e tenham recursos para saldar dívidas. “Ano passado foi 50 toneladas, este ano foi 20 toneladas a mais e isso repercute na questão dos pescadores se manterem na atividade. Conseguem ampliar embarcações e pagar as contas”, pondera.

Espaço para armazenamento

Ainda que a temporada tenha sido positiva, a concentração dos esforços para garantir o espaço de armazenamento garante, a longo prazo, maior lucratividade aos pescadores. O projeto está em discussão desde 2017 e agora há um recurso de R$ 1 milhão garantido via programa SC Mais Pesca, da Secretaria da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, do Governo do Estado. 

Ainda nesta semana, as lideranças da colônia de pescadores devem se reunir para debater o projeto e apresentá-lo à prefeitura. Após a definição, o município apresenta ao Estado e então aguarda aprovação para deliberação do recurso. 

“Vamos trabalhar o projeto junto com a Prefeitura. A próxima reunião com a diretoria da colônia de pescadores será para definir o espaço e ver como vamos fazer para organizar e comandar a unidade depois. A verba vem via prefeitura e tem contrapartida. Estamos fazendo estudo para ver o valor da obra”, explica Piccolo.

O valor destinado pelo programa bancará a obra e os equipamentos necessários para beneficiar a pesca. A contrapartida da prefeitura, segundo o presidente da Z-33, poderá ser em forma de doação de terreno. E já existem dois locais em pauta. “A prefeitura tem na área industrial um bom espaço. O outro é próximo da colônia, onde gostaríamos que fosse instalado, que não é da prefeitura ainda, mas podem adquirir e ceder o espaço”, pondera.

Venda no tempo certo

Não há um estudo concreto e oficial do quanto os pescadores perdem por não ter o espaço de armazenagem, mas Piccolo estima um prejuízo de até R$ 8 por quilo de tainha comercializado. O maior problema é que os pescadores precisam vender rápido o pescado, caso contrário, o peixe estraga e eles perdem a venda e consequentemente o dinheiro. 

Outro fator preponderante para a melhoria da economia gerada pela atividade é o fato de poder vender o pescado para escolas e oferecê-lo na merenda dos alunos. "Para nós a importância é que começa agregar valor no pescado. Sai da mão do atravessador e podemos beneficiar o pescado e comercializar direto, inclusive colocando o produto na merenda escolar. Hoje as escolas estão comprando peixe de fora. Podemos vender no tempo certo, comercializar o pescado e gerar economia”, projeta o presidente da colônia.

A temporada da tainha encerra neste sábado, dia 31.