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Feriado de Santa Bárbara: caberá ao relator da Comissão de Revisão propor próximos passos do debate

Assuntou voltou a ser discutido na Câmara de Vereadores nessa terça-feira
Feriado de Santa Bárbara: caberá ao relator da Comissão de Revisão propor próximos passos do debate
Foto: Fabrício Júnior/Câmara de Vereadores de Criciúma
Por Lucas Renan Domingos Em 07/07/2021 às 18:26

Uma das pautas que está sendo debatida pela Comissão Especial Temporária de Revisão Legislativa da Câmara de Vereadores de Criciúma diz respeito ao dia 4 de dezembro. No calendário do município, a data é marcada por um feriado, devido as celebrações em honra à Santa Bárbara, padroeira dos mineiros. Só que o assunto gera polêmica. É que entidades econômicas defendem a revisão da paralisação.

O assuntou voltou a ser debatido nessa terça-feira, dia 6, no Legislativo criciumense. Representantes da Igreja Católica, Associação Empresarial de Criciúma (Acic), Fórum de Entidades de Criciúma (Forcri), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas) e Sindicato dos Mineiros participaram do debate. O objetivo da conversa não foi definir sobre a continuidade ou fim do feriado, mas pode ser o encaminhamento para uma análise mais aprofundada do tema.

“Pela primeira vez colocamos todos os interessados para debater. Sabemos que é um assunto polêmico, mas precisa ser discutido. Agora caberá ao relator da comissão, fazer a proposição para realizar ou não mudanças no feriado do dia de Santa Bárbara. Ele vai definir, quando entregar o relatório, ou na próxima reunião, quais serão os próximos passos a serem dados. É um assunto delicado e que precisa ser tratado com sensibilidade”, afirmou o vereador Nícola Martins (PSDB), presidente da Comissão Especial Temporária de Revisão Legislativa.

O relator da comissão é o vereador Júlio Kaminski (PSL). Para o parlamentar, é preciso encontrar uma solução que atenda todos os lados envolvidos. “Acredito que esse debate que ocorreu hoje surgiu para levantar algumas ideias importantes, ideia de turismo, turismo religioso, oportunidades de geração de negócios, comercialmente falando, dentro do próprio feriado da padroeira dos mineiros, um trabalho de resgate da história para a cidade, temos que organizar as ideias para fazer os encaminhamentos com aquilo que a gente pode levar adiante para tornar eficaz o que viemos discutindo. Há necessidade de todos os lados terem que buscar iniciativas”, disse.

Enquanto presidente da comissão, Martins endossa fortalece o discurso do relator. “É preciso que haja um consenso. A festa de Santa Bárbara precisa ser resgatada, é uma tradição, precisa ser mais movimentada por parte da igreja. Pela parte econômica a data é importante, é quando a população recebe o 13º salário, época de natal e o fechamento das lojas realmente provoca uma quebra nas vendas. Hoje, por ser feriado, os comércios fecham, não existe um movimento grande para lembrar Santa Bárbara e as pessoas usam da data para deixar a cidade, viajar”, avaliou.

O que dizem as partes

Tiago Colonetti Marangoni, presidente da CDL: “Sou um devoto da Santa, minha empresa é no bairro, mas é um assunto muito importante, temos mil associados que levantam essa bandeira. É um feriado no final do ano, que trava o sistema, há uma ruptura na cadeia de produção e essa demanda vem dos nossos associados, é bom estar aqui e falar sobre isso, para amadurecer essa questão”.

Djonatan Matei Elias, o “Pirigueti”, presidente do Sindicato dos Mineiros: “Em nome da economia, nós não tivemos nem isolamento decente. A cidade deve seu inicio ao carvão, aos trabalhadores, não devemos sacrificar a historia da cidade em prol da economia, não podemos esquecer dos trabalhadores que deram a vida pela cidade. Não podemos deixar isso passar em branco, a cidade foi fundada no carvão”

Padre Antônio Vander, representante da Igreja Católica: “Não queremos travar animosidades com setores da nossa cidade, trabalhamos em uma cadeia de relações. Há 72 anos temos o feriado religioso na cidade. Não podemos esquecer do hino de Criciúma, grande parte dos nomes dos bairros estão ligados ao carvão, carvão não é a Santa Bárbara, mas não são coisas distantes. Não podemos olhar o ser humano somente pelo viés do cifrão, devemos olhar pelo todo, por aquilo que ele é, por aquilo que ele merece. O dia 4 é a manifestação de uma história, de uma cidade, de um povo”