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Em 2020, cinco toninhas foram encontradas mortas entre Laguna e Imbituba

Órgão também registrou o primeiro óbito de Leão-Marinho-do-Sul em 2020
Em 2020, cinco toninhas foram encontradas mortas entre Laguna e Imbituba
Foto: Divulgação/PMP-BS/Udesc
Por Thiago Hockmüller Em 10/03/2020 às 14:27

No último dia 4, a equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) localizou mais uma toninha (Pontoporia blainvillei) morta, desta vez entre as praias de Itapirubá e Vila, em Imbituba. Este foi o quinto registro de óbito da espécie em 2020 somente na região monitorada pelo PMP-BS/Udesc, compreendido entre Imbituba e Laguna.

Segundo informado pelo PMP-BS/Udesc, o animal foi encaminhado para a Unidade de Estabilização da Fauna Marinha da Udesc para realização da necrópsia. O macho possuía cerca de 20 quilos e 1,20m de comprimento. “Segundo a equipe veterinária o animal morreu por afogamento e apresentava marcas de rede de pesca evidentes no rostro (bico) e nas nadadeiras”, informa o órgão.

Ainda de acordo com análises da equipe, as marcas no corpo do animal sugerem um emalhe em rede de corvina, que podem variar de tamanho chegando a 3 km de comprimento e 7 metros de altura. “Normalmente a rede é colocada em um dia e retirada no outro, com tempo de imersão próximo a 24 horas”.

No último dia 6, o órgão também divulgou ter registrado o primeiro óbito de Leão-Marinho-do-Sul em 2020. O animal também foi localizado entre as praias de Itapirubá norte e Vila, só que no dia 1º de março.

Após o encaminhamento para a Unidade de Estabilização de Fauna Marinha da Udesc, foi realizada uma necropsia, no entanto, em função do avançado estado de decomposição, não foi possível ter uma conclusão precisa da morte.

“Porém foram encontrados gastrólitos no conteúdo estomacal. Tratava-se de um indivíduo macho de 195 quilos e 2,35m de comprimento. Seus dentes serão analisados para estimar a idade. Os gastrólitos são pedras de origem mineral encontradas no estômago de animais. No caso dos leões marinhos, muitas vezes eles acabam ingerindo estas pedras para não precisarem sair do local onde estão com as fêmeas marcando território”, explica o PMP-BS/Udesc. 

Desde o início do projeto, em 2015, este é o 13º registro da espécie no trecho 01, executado pela equipe da Udesc.

Sobre o PMP-BS/Udesc

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. 

Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. 

O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. A Udesc monitora o Trecho 1 compreendido entre Laguna e Imbituba, e recebe animais para reabilitação e necropsia do Trecho 2, compreendido entre Imbituba e Governador Celso Ramos.

Caso encontre algum animal marinho vivo ou morto, entre em contato pelo telefone 0800 642 3341.