Criciumense que mora no Rio de Janeiro relata a situação no estado sobre o coronavírus
Phillipi Goulart Fernandes de 27 anos mora há mais de quatro anos na capital
Foto: Divulgação
O Brasil já registrou mais de 11 mil mortes pela Covid-19 e desses óbitos 1.714 foram no Rio de Janeiro. O criciumense Phillipi Goulart Fernandes de 27 anos mora no estado há mais de quatro anos. Estudante de jornalismo, ele mora na capital e está em isolamento social há 55 dias.
O criciumense relata que a condição de proteção das pessoas no estado está ligado a situação financeira. “De forma geral, as pessoas entendem o perigo do vírus e o que tem que ser feito para evitar o contágio, mas a condição de proteção está ligada a necessidade financeira. O Rio de Janeiro é um local muito desigual, então quem tem dinheiro consegue se proteger, e os pobres estão sem condições de fazer isolamento social”, conta.
Segundo Fernandes, ele precisou sair de casa recentemente e percebeu pontos de aglomeração. “Pude perceber que tem muita gente na rua circulando, a maioria com máscaras, mas com muitos pontos de aglomeração. Nas zonas mais pobres da cidade há muita gente na rua transitando, a maioria das pessoas que vivem nesses lugares são informais e dependem do dinheiro que fazem no dia pra sobreviver”, relata.
“Nas zonas mais ricas percebo menos pessoas saindo, apenas para prática de exercícios e compras. O ponto em comum são as filas nos bancos, muitas filas em quase todas as agências da cidade, passei por pontos em que a fila fechava a quadra e com muita aglomeração. E há também uma parcela da população que segue a linha negacionista e segue a vida quase que normalmente, frequentando bares e restaurantes que porventura estejam abertos”, pontua.
As cidades Niterói e São Gonçalo farão lockdown a partir desta semana que é um isolamento mais rígido. “Quando se fala em lockdown as pessoas ainda não se atentam para o significado. Pelo que ouço das pessoas, os sinais trocados entre políticos e veículos da grande mídia confundem as pessoas acerca do que está acontecendo”, analisa.
O criciumense afirma que está mantendo contato com a família de forma online. “Não pensei em voltar embora, não vejo perspectiva melhor em Santa Catarina. Acho que o futuro que se avizinha é muito triste para os dois estados”, finaliza.