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Ciretran preocupada com “números de guerra” em acidentes de trânsito

André Marcelino é responsável sobre as infrações de trânsito da Amrec
Ciretran preocupada com “números de guerra” em acidentes de trânsito
Foto: Rafaela Custódio
Por Rafaela Custódio Em 28/06/2018 às 08:56

O aumento nas infrações de trânsito tem causado preocupação para a Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran). No ano passado, o órgão analisou 989 defesas de infrações nas estradas. Já até maio de 2018 foram analisadas 640. Os processos de defesa em relação à embriaguez em 2017 foram mais de 500. Nesse ano, até maio, o órgão analisou 300 processos.

A Ciretran é quem cuida das infrações de condutores em relação ao veículo e Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O responsável pelo órgão em Criciúma, André Marcelino cuida das infrações da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec). O município de Içara e Criciúma possuem agentes de trânsito, já as outras cidades a Polícia Militar (PM) é quem notifica.

“São defesas, pessoas que se acham no direito ou possuem algum motivo para terem cometido infrações, ou seja, esse número é muito maior, muito”, frisou Marcelino.

Ele comentou que muitos dos condutores que cometem infrações não conhecem as regras de trânsito. “As pessoas precisam ter mais conhecimento em relação ao trânsito. Dirigir um veículo não é apenas entrar no carro e ligar o automóvel ou apertar o acelerador, freio e tudo mais”, ressaltou.

Números

Segundo o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT), em 2017, morreram 41.151 pessoas em acidentes de trânsito, o que resulta em mais de três mil mortes por mês em todo o país. De janeiro desse ano até maio, já morreram no Brasil 16.670 pessoas envolvidas em acidentes de trânsito.

“São números de guerra e não temos atenção dos governantes sobre esse assunto. É a terceira causa que mais mata no país, perde para câncer e doenças do coração”, afirmou Marcelino.

Segundo o responsável pela Ciretran, acidentes de trânsito matam mais na sexta-feira e sábado. “São dias em que as pessoas saem mais e geralmente resultam em acidentes”, comentou.

Saídas

Marcelino ressaltou que o trânsito precisa virar uma disciplina nas escolas. “A saída para os acidentes é o conhecimento nas regras. Além disso, é preciso consciência na direção. O trânsito precisa ser ensinado na grade escolar. No jardim de infância até a faculdade. É preciso cobrança, uma atitude diferente para mudarmos algo”, alegou.

Marcelino entende que é preciso investir em transporte público. “Ônibus de qualidade com preços acessíveis. Um transporte público leva muita gente, enquanto tem muita gente que anda sozinha dentro de um veículo”, notou.

“Apenas projetos isolados como o Maio Amarelo são poucos. Precisamos de algo constante, que esteja todos os dias na cabeça das pessoas e não apenas durante um mês. É claro que esse projeto ajudou, e muito, mas precisamos de mais”, contou.

Celular e volante não combinam

As informações atualmente chegam por todos os meios de comunicação e essas informações podem ser lidas por meio de um celular e muitas vezes ele está nas mãos de quem está dirigindo.

“Qualquer informação que chegue via celular tira totalmente atenção dos motoristas. O celular é um grande problema no trânsito e as pessoas não possuem essa consciência”, finalizou.