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Acic se posiciona a favor do PL da Terceirização

De acordo com presidente da associação, quando Lei, o projeto pode gerar mais de três milhões de empregos no Brasil
Acic se posiciona a favor do PL da Terceirização
Foto: Mariana Noronha
Por Mariana Noronha Em 29/05/2015 às 18:17

Na tarde desta sexta-feira, dia 29, representantes e trabalhadores de todos os movimentos sindicais do Sul de Santa Catarina realizaram a entrega de um manifesto de repúdio à Associação Empresarial de Criciúma (Acic), a respeito do Projeto de Lei 4330/04, que defende a Terceirização do trabalho. Em reunião com alguns sindicalistas, o presidente da entidade empresarial, César Smieleviski, afirmou que a associação é a favor do projeto. 

De acordo com Smieleviski, se aprovada, quando lei, a terceirização trará benefícios ao mercado gerando mais empregos. "Se eles acham que o PL prejudica o trabalhador, é um direito dos sindicatos brigarem pela não aprovação do projeto. Mas, em função do problema da não terceirização das atividades fins, são gerados hoje pelo Brasil, três milhões de empregos fora do país. Estamos mandado para fora o quê? Empregos e divisa, que o Brasil tanto precisa. A partir do momento em que for aprovada a PL 4330, possivelmente estes três milhões, ou boa parte desses empregos gerados lá fora, retornarão ao Brasil", aponta. 

A geração de emprego já era conhecimento dos sindicalistas, que questionaram ao empresário a respeito das condições de trabalho desses possíveis três milhões de empregados. Smieleviski propôs parcerias. "Os sindicatos estão dizendo que será uma terceirização precária, isto é, o trabalhador não será bem tratado. Mas, eu acho que aí cabe uma parceria entre nós e os sindicatos. Fazer um trabalho em conjunto para que seja gerado um emprego dígno", diz. 

O empresário supôs também que desses possíveis três milhões, mil podem vir para a região, onde pelo menos metade das empresas terceirizam produções e serviços do exterior. 

Exemplo de terceirização - Quatro representantes foram escolhidos para representar os trabalhadores: Carlos de Cordes, Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Plásticas, Químicas e Farmacêuticas de Criciúma e Região; Edegar Genoroso, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) - Regional Sul; Jucélia de Jesus do Sindicato dos Servidores Públicos de Criciúma (Sindiserpi) e Vinícius Monteiro do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Unesc. 

Na reunião, o representante do DCE da Unesc, que também é estudante de Medicina da instituição citou um exemplo a respeito da terceirização: os médicos emergenciais. "Se eu quiser trabalhar em um hospital, a primeira coisa que eu vou ter que fazer é um CNPJ. Eu não serei contratado como um funcionário normal, com carteira assinada, e sim pelo CNPJ, terceirizado. E aí eu vou ter que pagar as cargas tributárias, os meus impostos. E qual é a minha relação com o hospital? Quantas horas vou ter que trabalhar? Quem limita a quantidade de horas que vou trabalhar? Eu conheço, amigos meus, que trabalham muitas vezes três ou quatro dias direto. Esse é o exemplo prático da terceirização", destaca.