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Em protesto, moradores desaprovam instalação de antena telefônica

Moradores do bairro Santo Antônio montaram uma barraca na frente da construção do equipamento
Em protesto, moradores desaprovam instalação de antena telefônica
Foto: Douglas Saviato
Por Daiana Carvalho Em 25/09/2014 às 19:58

Moradores do bairro Santo Antônio, em Criciúma, protestaram na noite desta quarta-feira contra a instalação de uma antena de telefonia celular. Aproximadamente 70 moradores estiveram presentes com faixas e cartazes e reforçaram que não querem a instalação da antena no bairro. Com uma caixa de som e um microfone, os moradores improvisaram um púlpito, onde todos falaram porque são contra a instalação do equipamento.

Segundo a moradora e uma das líderes do movimento, Lucinéia Peres da Luz, não há estudos que comprovem se existem ou não malefícios para as pessoas a radiação provocada pela antena. “Uns estudos mostram que há consequências negativas e outros dizem que não existem nenhum tipo de radiação prejudicial, ou seja, nosso movimento é pela prevenção. Se temos essa dúvida não queremos pagar o preço dela”, frisa.

Moradores se revezam durante o dia na frente da construção da antena. Eles estão no local desde a última sexta-feira, sendo que na útima terça-feira foi motada uma barraca no local. Já as obras de construção da antena estão suspensas há uma semana. “Até então a empresa que está construindo a antena e o morador do bairro, que alugou o terreno para a construção conservaram conosco. Aliás, ninguém consultou a comunidade para saber se íamos ou não aceitar esta atena”, frisa.

Na próxima terça-feira, os moradores irão na tribuna livre da sessão da Câmara de Vereadores de Criciúma, onde terão um espaço de 30 minutos para reforçar porque são contra a instalação do equipamento. Segundo Lucinéia, além da radiação, quem vive no bairro está preocupado com a desvalorização dos imóveis. “Há uns 200 metros está saindo um novo condomínio no bairro, uma mulher que iria comprar um terreno no local já desistiu da compra”, destaca.

Na semana passada, a reportagem entrou em contato com a empresa que está viabilizando a colocação do equipamento. Conforme o engenheiro de telecomunicação, Pedro Nogueira, a obra possui todas as licenças necessárias para a implantação da torre. “Já tentamos esclarecer sobre a antena, mas eles não querem nos ouvir. É um problema recorrente em diversos locais onde tentamos instalar as torres. Estamos pensando em solicitar um estudo para aferir os níveis de radiação nas imediações do local para que a comunidade possa acompanhar e ver que o índice será baixo e 200 vezes mais baixo do que o limite permitido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)”, esclarece.

O alvará para implantação da antena foi concedido em maio de 2013 e renovado em 2014. De acordo com o Plano Diretor de Criciúma de 2013, os equipamentos não devem ser instalados a menos de 30 metros de escolas e asilos. “Está tudo certo. A empresa tem todas as licenças, pois a antena estará a uma altura superior a 50 metros da residência”, explica a responsável pela Divisão de Planejamento Físico e Territorial (DPFT) de Criciúma, Tânia Maria Barcelos Nazari.