Árvores do Parque Centenário são ameaçadas por erva parasita
Famcri inicia ação de tratamento às plantas no mês de janeiro
Foto: Gilvan França
Mais de uma dezena de árvores do Parque Centenário, em Criciúma, estão condenadas a morrer, caso a administração municipal, por meio da Fundação do Meio Ambiente de Criciúma (Famcri), não tome providências. As árvores, a maioria plantadas nas comemorações do centenário do município, quando a área foi inaugurada, em 1980, são vítimas de um parasita com nome científico Phrygilanthus acutifolius, popularmente chamada de erva de passarinho. Mais de dez árvores estão comprometidas.
“Ela é considerada como uma hemiparasita, ou seja é parcialmente parasita, tem a capacidade de absorver elementos minerais da planta hospedeira através de raízes modificadas, chamadas de haustórios, e também realizar fotossíntese através das suas próprias folhas, no entanto, é uma planta agressiva que pode levar seu hospedeiro à morte”, explica o biólogo Cristian Pereira. O biólogo Renan Yamashita, da Fundação de Meio Ambiente de Criciúma (Famcri), que também constatou a situação de algumas das árvores acometidas pela erva de passarinho, reforça o que Pereira informa: não há tratamento químico ou solução que não seja um trabalho manual em cada árvore para retirar a parasita para salvar a árvore hospedeira.
Conforme Pereira, “em sua época de florescimento a Phrygilanthus acutifolius exala perfume agradável e seu fruto atrai pássaros que dele se alimentam, carregando a semente para outras copas de árvores e fazendo a dispersão delas”. De acordo com o presidente da Famcri, Gelson Fernandes, uma ação de combate a essa praga será iniciada em janeiro. Até lá, a equipe de biólogos se prepara para tratar e acompanhar o comportamento das árvores. \"Vamos retirar as ervas dessas árvores pelo processo de raspagem. Nãos erá usado veneno para que não seja afetada a árvore e nem as pessoas. Provavelmente será preciso fazer alguma poda leve ou mais drástica. É possível separar essas raiz parasita sem matar a árvore. Existe a probabilidade de a erva brotar novamente, mas isso leva tempo. Identificamos o parasita em outras árvores dos parques da cidade e serão retiradas também. Creio que no Parque Centenário nosso trabalho dure dois dias\", explica Yamashita.
Saiba mais - A erva de passarinho, conforme os biólogos, pode aparecer em qualquer árvore, inclusive em frutíferas, como é o caso de uma goiabeira do Parque Centenário. O importante, segundo ele, é constatar o início do processo e evitar que a parasita se prolifere.
Colaboração: Gilvan de França