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Com faixas e cartazes, avicultores protestam contra empresa JBS em Criciúma

Integrantes da associação reivindicam 19 itens pleiteados pela categoria
Com faixas e cartazes, avicultores protestam contra empresa JBS em Criciúma
Foto: Douglas Saviato
Por Douglas Saviato Em 31/10/2013 às 12:03
O comando da Associação dos Avicultores da Região Sul de Santa Catarina, formada em agosto deste ano, está reunida com dirigentes da empresa JBS nesta manhã. A empresa é responsável pelos três abatedouros de aves da região Sul, que se concentram nas cidades de Nova Veneza, Forquilhinha e Morro Grande. No encontro, integrantes da associação reivindicam 19 itens, entre eles, a remuneração pelo preço pago pela produção e melhores condições de trabalho. 

Enquanto a reunião acontece em um hotel na região central de Criciúma, cerca de 50 produtores se reúnem com cartazes e faixas do lado de fora. Conforme o tesoureiro da associação, Jamir Ghisoni Perim, a maior reivindicação é referente ao valor pago pelas aves. “Atualmente, recebemos o valor de R$ 0,40 por ave produzida, queremos que este valor passe para R$ 0,80, sendo que uma ave é comercializada a R$ 14. Além disso, trabalhamos 24 horas por dia e, inclusive, durante feriados e fins de semana. Também queremos um aviso prévio de dispensas, pois a empresa para de comprar aves com os produtores de um dia para o outro. Queremos que este aviso aconteça pelo menos um ano antes para que o produtor mude de setor”.

Segundo tesoureiro da associação, mais de 80% da produção de aves da região Sul é familiar.  Ao todo, são 773 produtores inscritos na Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e na associação este número chega a 512. Caso nenhum acordo aconteça nesta manhã, a categoria vai marcar uma assembleia geral no dia 23 deste mês para ver qual serão as próximas ações.  

“A empresa adquiriu todos os abatedouros da região, ou seja, estamos nas mãos deles. Está cada vez mais difícil para nós, sendo que a empresa é irredutível”, salienta Perim. A empresa cede os pintos e a ração aos produtores da região, que arcam com o resto das despesas, como energia, galpão, mão-de-obra e água, por exemplo. “O custo é muito elevado da produção e o nosso retorno está cada vez mais baixo. Para ganhar mais temos que produzir mais, ou seja, teremos mais gastos. Temos que manter as aves em estufas em uma temperatura de 32ºC, gastamos muito em lenhas. No Inverno o gasto é muito grande”, explica.